Perguntas Frequentes(FAQ)

 Osteopatia Craniana

com Imagética de Foco Fisiológico


1. O que é a Osteopatia Craniana de Imagética de Foco Fisiológico?

É uma terapêutica manual de visualização, palpação  e equilíbrio de estruturas anatómicas que provocará no paciente uma resposta local e global do sistema nervoso autónomo, hormonal e central que reduzirá ou eliminará a dor e aumentará a resposta homeostática pelo efeito na causa primária da disfunção.


2. O que é que trata o paciente?

O paciente é tratado pelo reequilíbrio do seu sistema nervoso autónomo numa resposta sequencial ditada por este sobre as estruturas anatómicas. A transmissão do sinal entre o Osteopata e o paciente será feita pela conexão das matrizes extra-celulares de ambos, e pelo foco imagético fisiológico e cinestésico do Osteopata.


3. Como é que o Osteopata sabe o que deve focar?

O Osteopata pela Palpação muito leve cerca de 10 gramas por cm² conseguirá cinestésicamente ter a informação local e global do organismo do paciente, bastará ao Osteopata seguir e localizar essa informação sequencial que recebe palpatóriamente do organismo do paciente e no foco cognitivo que aferirá essa informação. O trabalho do Osteopata estará terminado quando deixar de sentir movimento das estruturas anatómicas do organismo do paciente projetado nas suas próprias mãos


4. Como é que o Osteopata comunicará com as estruturas anatómicas do organismo do paciente de forma a atingir um efeito curativo?

A palpação pode gerar comunicação pela via neurológica (estimulo dos neurónios) e pela similitude e continuidade da matriz extra-celular entre o paciente e o Osteopata na qual estarão incluídos micro-estruturas de transdução (integrinas, caderinas, syndescans, canais de Ca2+, fibroblastos). A palpação com imagética de foco fisiológico poderá despoletar leucócitos (mastócitos, neutrófilos, citocinas (TGF-Beta1, TNF- Alfa, interleuquinas, prostaglandinas), as metaloproteinases da matriz (MMP’s) que atuarão em poucos segundos nos processos inflamatórios e imunitários e na remodelação da matriz extra-celular.

O Osteopata poderá focar uma Anatomia macroscópica (órgãos, vasos sanguíneos ou outros) ou uma Anatomia molecular.

Os organismos do Osteopata e do paciente funcionam em unicidade através da palpação, as matrizes extra-celulares de ambos funcionam num continuo e através da mesma linguagem fisiológica. Quando o Osteopata focar uma estrutura no organismo do paciente o sistema nervoso autónomo aplicará a homeostase nessa estrutura. O efeito deste procedimento sobre a sintomatologia reduzirá ou eliminará a dor localizada, o efeito global será uma resposta parassimpática, ou seja um aumento de tónus vagal. O Osteopata seguirá as indicações anatómicas e fisiológicas sequenciais das várias estruturas do organismo até atingir a causa da disfunção primária eliminando os sintomas.


5. Quais os efeitos secundários da Osteopatia craniana com imagética de foco fisiológico?

Normalmente é um processo totalmente indolor e até relaxante. Muitas vezes os pacientes confirmam a posteriori que sentiram algum movimento nas estruturas previamente focadas pelo Osteopata. Raramente no reequilíbrio homeostático poderão verificar-se dores transientes muitíssimo ligeiras próprias da remodelação fisiológica verificada.

A Osteopatia craniana com imagética de foco fisiológico tem um nível de segurança e suavidade da sua prática, pelo respeito do sistema homeostático do organismo e por essa razão de efeitos iatrogénicos praticamente nulos. A Osteopatia craniana de imagética de foco fisiológico será provavelmente uma das terapêuticas mais seguras e conservadoras que existem.


6. A Osteopatia craniana de Imagética de Foco Fisiológico é uma Terapêutica não convencional mas poderá ser alternativa ou complementar a outras terapêuticas?

A Osteopatia embora seja uma prática holística poderá ser complementar a outras terapêuticas, por exemplo a Osteopatia poderá ser utilizada numa pós-endocardite (uma inflamação do endocárdio: a membrana mais interna do coração) após uma infeção viral ou bacteriana. Esta inflamação por ação dos vírus e das bactérias produzirá fibroses e aderências no lobo esquerdo cardíaco, nos fibroblastos cardíacos nas células valvulares intersticiais. Estas alterações estruturais poderão originar diminuição contráctil cardíaca várias semanas após a infeção original. Por outro lado a disfunção fibrótica cardíaca é de difícil tratamento medicamentoso e portanto a intervenção osteopática poderá ser alternativa.

Muitas vezes quando o paciente consulta o Osteopata fá-lo como um procedimento de último recurso e não poucas vezes este já consultou diversos especialistas de várias áreas terapêuticas convencionais e já realizou vários exames de imagem ou bioquímicos, os quais não apresentaram solução para o seu quadro de dor, nesse caso os Osteopatas não são alternativa serão a última alternativa.


7. Porque é que se designa Osteopatia Craniana e não apenas Osteopatia?

Tanto a Osteopatia craniana como a Osteopatia articular obedecem aos mesmos princípios, a grande diferença está na suavidade dos métodos. A Osteopatia craniana apenas recorre as capacidades homeostáticas do organismo não utilizando processos mecânicos de grande amplitude e força.


8. Porque é que a Osteopatia é diferente de outras Terapêuticas nos seus princípios teóricos?

A Osteopatia defende a unidade e unicidade do organismo. As capacidades homeostáticas da integralidade do organismo serão primaciais para a Osteopatia. Acreditamos que o organismo tem capacidade de auto-cura. A Osteopatia põe em destaque o principio da regular vascularização como o processo mais importante para eliminar disfunções.


9. Os Osteopatas tratam patologias como cancro, inflamações virais, bacterianas e fungicas, ou insuficiências fisiológicas de órgãos?

Os Osteopatas legalmente tratam disfunções holisticas do organismo. Ao Osteopata interessará eliminar o sintoma pela eliminação da causa do mesmo, por exemplo uma dor lombar poderá ser causada pela estenose do esfincter de Oddi, enquanto essa estrutura e todos os orgãos e estruturas anexas não forem regularizadas a dor lombar poderá persistir. Os Osteopatas poderão ter um papel complementar ou alternativo em estados de Saúde disfuncionais.


10. Os Osteopatas vulgarmente são reconhecidos como profissionais que tratam ou melhoram condições músculo-esqueléticas como será possível dizer que melhoram disfunções vasculares, viscerais, ou neurológicas?

O Osteopata ao tocar no paciente com o treino cinestésico apropriado após vários anos de prática, conseguirá ter a perceção pela Osteopatia Craniana de Imagética de Foco Fisiológico das estruturas anatómicas disfuncionais do organismo do paciente. Pensamos que essa comunicação cognitiva e táctil será assegurada pela matriz extra-celular do paciente e do Osteopata:ambas comunicam de forma palpatória por terem exatamente a mesma fisiologia. As mãos são os olhos do Osteopata ao receberem informação das várias estruturas orgânicas do paciente de acordo com as necessidades homeostáticas especificas desse organismo e com a ordenação sequencial de regularização que o próprio organismo do paciente pretenderá transmitir. O Osteopata é um facilitador dos processos homeostáticos. O Osteopata ao focar cada estrutura indicada pelo organismo do paciente fará com que seja aplicado o principio de cura associado ao sistema nervoso autónomo. Este sistema estará dinamicamente a reequilibrar micro e macroscopicamente as várias estruturas do organismo em tempo real. Por exemplo, o coração, funciona ao mesmo tempo, que o fígado, do que os rins, o baço, o sistema digestivo, hormonal, molecular, celular, esse equilíbrio simultâneo das várias estruturas do todo que é o organismo é assegurado pelo sistema nervoso autónomo em conjunção com o sistema nervoso central este ultimo receberá informações e coordenará as informações do sistema nervoso autónomo. O Cérebro tem representações especificas do organismo periférico, o Cérebro é somatotópico. O sistema nervoso entérico, hormonal e vascural dependerão da coordenação do sistema nervoso autónomo.

O Osteopata em focar imagéticamente e de forma tátil cada estrutura indicada pelo sistema nervoso autónomo fará acontecer um reequilíbrio dessa estrutura. O sistema nervoso autónomo «só sabe» reequilibrar as estruturas pontuais pela relação com o todo, pela desmultiplicação até a causa primeva.

O sistema nervoso autónomo terá o principio de cura, mas também terá um efeito estrutural pelas alterações inflamatórias e imunitárias na matriz extra-celular. A matriz extra-celular é o pano de fundo onde todos os processos fisiológicos do organismo se realizam, todas as células sem exceção estão conectadas a essa matriz. Os processos de remodelação decorrem da inflamação instantânea produzida pelos neutrófilos, mastócitos, ativação de fibroblastos, fatores inflamatórios, fatores de transcrição e ligandos moleculares, alterações das membranas celulares, processos esses que estarão sempre a remodelar a matriz extra-celular e a providenciar respostas epigenéticas e genéticas que na globalidade e em sincronia pensamos serem coordenadas pelo sistema nervoso autónomo.

Os Osteopatas ao focarem imagéticamente uma estrutura fisiológica despoletarão uma resposta do sistema nervoso autónomo e uma alteração da matriz extra-celular.


11. Quando é que apareceu a Osteopatia Craniana e o que defendia?

William Garner Sutherland o fundador da Osteopatia Craniana(1939), discípulo de Andrew Taylor Still o criador da Osteopatia (1874) concebeu a existência de um mecanismo respiratório primário que estaria associado a circulação do liquido cefalo raquidiano e as oscilações crânio sagradas. A designação de mecanismo respiratório primário, relativamente a respiração miocárdio-pulmonar, não estará longe da realidade por os quimioreceptores respiratórios primários do bolbo raquidiano oscilarem devido às flutuações do liquido cefalo raquidiano em que estão embebidos. Estes quimioreceptores respiratórios é que determinam de forma basal o sistema miocárdio-respiratório. W.G. Sutherland concebeu que seria possível reequilibrar disfunções através da regularização do mecanismo respiratório primário.


12. O Osteopata Craniano com imagética de foco fisiológico poderá corrigir disfunções em qualquer estrutura do organismo e reequilibrar a Fisiologia do mesmo?

As capacidades homeostáticas embora omnipresentes em cada organismo humano estarão dependentes de comorbilidades, da degeneração etária, dos efeitos iatrogénicos resultantes da quantidade de medicamentos tomados, do numero de cirurgias sofridas, e de estados mentais. Por principio a matriz extra-celular e o sistema nervoso autónomo congregam e gerem todas as variáveis disfuncionais daí poderá decorrer a especificidade e o possível sucesso do trabalho osteopático.


13. A Osteopatia Craniana de Imagética de Foco Fisiológico é uma terapêutica natural e conservadora?

Sim. Provavelmente será uma das terapêuticas mais conservadoras e naturais que existem.


14. O que é a Matriz Extra-celular?

«A matriz extra-celular (ECM) é uma rede macromolecular tridimensional não celular composta por colágeneos, proteoglicanos/glicosaminoglicanos, elastina, fibronectina, lamininas e várias outras glicoproteínas. Os componentes matriciais se ligam, bem como os recetores de adesão celular, formando uma rede complexa na qual as células residem em todos os tecidos e órgãos. Os recetores de superfície celular transduzem sinais nas células da ECM, que regulam diversas funções celulares, como sobrevivência, crescimento, migração e diferenciação, e são vitais para a manutenção da homeostase normal» in Theocharis AD, Skandalis SS, Gialeli C, Karamanos NK. Extracellular matrix structure. Adv Drug Deliv Rev. 2016 Feb 1;97:4-27.


15.O que é o Sistema Nervoso Autónomo?

«O sistema nervoso autónomo tem inervação generalizada para quase todos os sistemas de órgãos do corpo. Para entender os fundamentos da função autonómica, é necessário o conhecimento da Neuro-anatomia do sistema nervoso autónomo. Frequentemente considerado para controlar as funções de "luta ou fuga" e "descanso e digestão", o sistema nervoso autónomo tem uma intrincada rede de conexões para ajustar finamente a resposta sistémica a quase qualquer situação. Embora tradicionalmente considerado dois sistemas discretos (simpático e parassimpático), o sistema nervoso entérico é agora considerado um terceiro componente do sistema nervoso autónomo.» In Gibbons CH. Basics of autonomic nervous system function. Handb Clin Neurol. 2019;160:407-418.